Rumo a um limiar de 0,5% de THC para o cânhamo industrial?
Desde há vários meses, as instituições europeias debatem uma proposta simples, mas estratégica:...
No mundo do cânhamo, os canabinóides estão em constante evolução. Existem muitas moléculas derivadas da planta da canábis, e estão sempre a ser descobertas novas moléculas. Hoje, o destaque vai para a CBE, ou canabielsoina, um canabinóide raro que pode muito bem desempenhar um papel fundamental no futuro do bem-estar natural. Neste artigo, contamos-lhe tudo o que precisa de saber sobre a sua origem, propriedades, mecanismos de ação e diferenças em relação ao CBD.
O CBE, abreviatura de canabielsoina, é um metabolito do CBD. Em termos simples, é uma molécula que se forma depois de o CBD ter sido digerido e processado pelo organismo, nomeadamente no fígado. Quando o CBD é consumido (em óleo, cápsula ou outra forma), não permanece no corpo tal como está. Passa por um processo de metabolização: é "cortado" ou transformado por enzimas, dando origem a outros compostos. O CBE é um desses compostos.
É, portanto, uma molécula derivada do canabidiol, mas com a sua própria identidade química e potencialmente com os seus próprios efeitos. Não é um canabinóide que se encontra naturalmente na planta do cânhamo, como o CBD, o CBG ou o THC. Não "cresce" na flor de canábis, por assim dizer. Só aparece depois de o CBD ter sido transformado no corpo. De facto, para produzir canabielsoína em laboratório, os fabricantes têm de reproduzir o que o fígado faz, simulando as condições enzimáticas do metabolismo humano.
Trata-se, portanto, de um canabinóide de segunda geração. E este tipo de molécula começa a atrair a atenção dos investigadores, pois poderia complementar os efeitos dos canabinóides tradicionais e abrir novas vias terapêuticas.
O CBE não foi descoberto através de estudos clínicos em pacientes ou de testes laboratoriais no fígado humano. Foi descoberto pela primeira vez em 1973, durante uma experiência bastante invulgar. Os cientistas aqueceram extractos de cannabis num ambiente sem oxigénio - uma técnica conhecida como pirólise anaeróbica. A ideia era observar como os compostos de canábis reagiam ao calor extremo, sem combustão.
Foi então que surgiu um novo composto químico. Era parecido com o CBD, mas com uma estrutura ligeiramente diferente. Na altura, ainda não se sabia que se tratava de um metabolito. Só em 1991, quase vinte anos mais tarde, é que os estudos de farmacocinética (que analisam a forma como uma molécula circula no organismo) confirmaram que este famoso composto, agora denominado canabielsoína, se formava naturalmente no corpo humano após a ingestão de CBD.
Embora o CBE e o CBD tenham nomes semelhantes e ambos provenham do cânhamo, são de facto duas moléculas bastante diferentes em termos do seu funcionamento e da sua origem.
A primeira grande diferença é que o CBD está naturalmente presente na planta da canábis, ao passo que o CBE não existe na planta no seu estado bruto. De facto, o CBE é formado no nosso corpo quando consumimos CBD. Trata-se de uma espécie de subproduto do CBD, que aparece depois de o nosso organismo o ter digerido, graças nomeadamente às enzimas presentes no fígado. Assim, se quisermos o CBE fora deste processo natural, temos de o fabricar em laboratório a partir do CBD, reproduzindo o que o organismo faz naturalmente.
Outra diferença importante é a sua estrutura química. No papel, o CBE é muito parecido com o canabidiol, mas contém mais um átomo de oxigénio. Isto pode parecer insignificante, mas em biologia, uma pequena mudança como esta pode alterar totalmente a forma como uma molécula actua no corpo. É um pouco como duas chaves muito semelhantes, das quais apenas uma abre uma porta muito específica.
Não vamos mentir: a CBE ainda é pouco estudada, pelo que ainda não conhecemos todos os seus efeitos. Mas as primeiras investigações já fornecem algumas pistas interessantes e os cientistas começam a analisar seriamente esta molécula.
A primeira coisa que surge é o facto de se pensar que o CBE tem um efeito sobre a inflamação. Tal como o CBD, poderia ajudar a acalmar certos processos inflamatórios no corpo, tornando-se um aliado potencial para dores crónicas, dores nas articulações ou mesmo certas perturbações digestivas. Isto estaria ligado, em particular, à sua interação com o sistema endocanabinóide, que desempenha um papel importante na regulação da resposta inflamatória.
Existem igualmente indícios de que o CBE pode ter efeitos benéficos no cérebro. Ao contrário de outras moléculas que podem estimular excessivamente o sistema nervoso, o CBE parece atuar de uma forma mais suave e equilibrada. Poderia proteger os neurónios, limitar os efeitos do stress oxidativo (que acelera o envelhecimento celular) e até ajudar a acalmar o espírito sem provocar sonolência. É por esta razão que alguns investigadores estão interessados no seu potencial em perturbações como a ansiedade, a fadiga mental e certas doenças neurodegenerativas.
Outro aspeto interessante é o facto de o CBE não ser psicoativo. Apesar de se ligar aos receptores CB1 (os que o THC ativa para criar o "efeito"), não provoca qualquer estado alterado de consciência. Isto significa que se pode beneficiar dos seus efeitos sem correr o risco de ficar "desligado", o que o torna particularmente interessante para uma utilização quotidiana, com toda a segurança.
Na The Greenstore, gostamos de o manter informado sobre novos canabinóides promissores! A investigação está ainda em curso e os produtos à base de CBE são ainda raros.
Se está curioso sobre as alternativas ao CBD, temos exatamente o que precisa na nossa loja online de CBD:
Veja também outros artigos sobre os diferentes canabinóides:
Sim, a CBE não é classificada como substância estupefaciente na Europa ou em França, desde que seja extraída de cânhamo legal (contendo menos de 0,3% de THC). Por conseguinte, a sua venda e consumo são legais, desde que sejam respeitadas as regulamentações locais.
Não. Embora interaja com os receptores CB1 no cérebro, a CBE não tem efeito. Não provoca alterações da consciência, euforia ou dependência, ao contrário do THC.
Não necessariamente mais eficaz, mas potencialmente complementar. O CBE pode ter como alvo mecanismos diferentes (nomeadamente no sistema nervoso), pelo que pode ter efeitos interessantes onde o CBD atinge os seus limites, especialmente em termos de concentração, recuperação mental ou certos tipos específicos de dor. A investigação ainda está a decorrer.
Sim, mas a maioria dos produtos actuais oferece-o em combinação com CBD ou outros canabinóides. Os efeitos isolados do CBE estão ainda mal documentados, pelo que o efeito de comitiva (a sinergia entre várias moléculas) é, por enquanto, frequentemente preferido.
De acordo com os dados disponíveis, não foram registados efeitos secundários importantes. Mas, como acontece com qualquer canabinóide, é aconselhável começar com doses baixas, especialmente se for sensível ou estiver sob tratamento médico. O CBE é ainda uma molécula nova, pelo que é necessário ter cuidado.
Desde há vários meses, as instituições europeias debatem uma proposta simples, mas estratégica:...
O THC-X tem sido muito noticiado nos últimos tempos. Apresentado como uma alternativa legal ao THC, este...
Depois do CBD, do CBN e do HHC, uma nova molécula está a chamar a atenção: o HPO CBD, um canabinóide de...